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domingo, 20 de março de 2016

Mundo de Perfumes: história dos perfumes

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Olé meus mimos! Primeiro post da nossa série "Mundo de Perfumes". Vamos contar um pouco da  história desse cosmético.

A palavra perfume deriva do latim "per fumum" que significa "através do fumo". Esta é uma clara alusão a forma como as primeiras fragrâncias aromáticas eram obtidas. A arte de desenvolver aromas irresistíveis existe há milhares de anos e nos remonta à pré-história.


  • Pré-história
Após descobrir o fogo, o homem primitivo logo aprendeu a queimar madeiras, resinas e ervas que liberavam aromas agradáveis. Tudo aquilo que era considerado agradável era utilizado como oferenda aos deuses, e isso aconteceu também com estes aromas. Essa prática foi adotada pelos egípcios que, através de rituais específicos, queimavam substâncias aromáticas diferentes a horas distintas do dias. O perfume teve importante papel nos rituais religiosos até o século XVI a. C. A partir disso, os perfumes foram utilizados de duas formas: queimados na forma de incenso ou aplicados no corpo através de bálsamos e óleos perfumados com intuitos médicos, mas também como cosméticos, aos quais as mulheres egípcias começaram a recorrer com frequência, utilizando-os como armas de sedução.
Os egípcios começaram a utilizar seus vastos conhecimentos na área para criar os óleos necessários para embalsamar os seus mortos, prática que dominaram como nenhuma outra cultura. Da contribuição egípcia para a história do perfume restaram apenas alguns dos primeiros frascos de perfume em vidro.

  • O Oriente
Saindo do Egito Antigo, as fragrâncias perfumadas se espalharam pelo mundo. Na Índia, depois da utilização para fins religiosos, tornaram-se um dos maiores prazeres das mulheres indianas, que passavam horas em submersas em banhos perfumados ou a untarem o corpo com óleos. Na China e no Japão os perfumes não eram aplicados diretamente no corpo, mas eram utilizados para pulverizar kimonos ou usados num saquinho ao pescoço.

  • Grécia
Na Grécia o perfume vive um dos seus 3 marcos importantes de sua história. Os gregos aperfeiçoaram a técnica dos egípcios ao juntarem óleos perfumados com flores às especiarias, bálsamos e gomas. Na realidade, introduziram a técnica de maceração, que implicava na imersão de substâncias orgânicas em óleos quentes, nesse caso eles utilizavam principalmente rosas, lírios e violetas.
Os heróis gregos falecidos em combate eram homenageados com a queima de perfumes, e Hipócrates utilizou os perfumes em sua prática medicinal.

  • Roma
Roma era o centro de todos os luxos e excessos, dessa forma, não fica impossível imaginar o sucesso do perfume quando lá chegou. Os romanos o usavam desde a pulverização nas solas de suas sandálias e as cabeças dos convidados de qualquer banquete, às soleiras das portas e bandeiras militares para trazer sorte. A vida romana era afogada em perfumes.
Os romanos destacaram-se pela forma como desenvolveram e melhoraram a arte de confeccionar perfumes, juntando as técnicas de maceração e de enfleurage (saturação de uma gordura através de pétalas perfumadas). Entretanto, com as invasões bárbaras, a queda do Império Romano e os tempos que se seguiram, fizeram esquecer depressa o sumptuoso perfume.

  • Oriente Médio
Especialistas em especiarias e pós odoríferos, os árabes tem papel principal no segundo marco mais importante da história do perfume: a invenção do método de destilação e dos instrumentos utilizados para fazê-lo - a serpentina e o alambique. A experimentação e posterior utilização do álcool como base de todo o perfume, tal qual como conhecemos hoje, começou ali. Mas os árabes não pararam nisso,inventaram ainda a purificação de gomas e resinas com recurso de água destilada da chuva.

  • Idade Média e Renascimento
Durante a Idade Média o gosto do povo europeu pelo perfume é inegável. No Renascimento, além de ser utilizado em vários tratamentos terapêuticos e medicinais, o perfume ganha um novo status ao ser aplicado em colarinhos perfumados, rosários e "almofadas" aromáticas, estas últias para trazer ao pescoço ou em forma de pulseira.

  • Séculos XVI a XVIII
Os italianos, espanhóis e franceses encarregaram-se de divulgar esta preciosidade fragrante ao restante da Europa. Nos séculos XVI e XVII os perfumes fortes substituíram, literalmente, a higiene pessoal. Nessa época, "estar limpo" não significava tomar banho e lavar os cabelos, ms sim perfumar todo o corpo (cabelo e hálito inclusos), com pós, pomadas, óleos e águas aromáticas. Tudo passou a ser perfumado no cotidiano, desde cartas e almofadas, a perucas, leques e objetos religiosos. A famosa "água de Hungria", talvez o primeiro perfume pessoal, concebido em 1730 à base de rosa, hortelã, erva-cidreira, limão, alecrim e flor de laranjeira, liderou o mercado da perfumaria a partir desta época por séculos.
Com o lançamento das luvas perfumadas na França, no século XVII, os franceses tomaram-lhe o gosto e a indústria da perfumaria estabeleceu-se rapidamente. Os produtores de perfumes ficaram ainda conhecidos por criarem venenos disfarçados de perfumes, um dos quais matou uma duquesa francesa que morreu após calçar um par de luvas perfumadas, que permitiu a infiltração do veneno em sua pele. A corte de Luís XV foi até batizada de "corte perfumada" devido à quantidade de perfume que era pulverizado nas roupas, leques e mobília do palácio.
O século XVIII trouxe perfumes mais doces e suaves, lançou grandes nomes da perfumaria mundial (Fargeon, Lubin, Houbigant), introduziu a primeira água de colônia e uma variedade de frascos que apelavam tanto quanto os perfumes que continham. Nem a Revolução Francesa travou o gosto pela perfumaria, tendo existido, inclusive, o "Parfum a la Guillotine". Os perfumes masculinos e femininos passaram a ser diferenciados a partir das preferências de Napoleão e Josefina. Ele preferia jasmin e apenas tolerava água de colônia, ela preferia fragrâncias intensas, à base de almíscar (tanto que 60 anos após sua morte ainda sentia-se cheiro de perfume em seu boudoir).

  • Século XIX
Com a virada do século, a perfumaria também mudou. Às casa de perfumes francesas juntaram-se às inglesas, entre muitas outras, e utilizar perfumes desta e daquela casa tornou-se símbolo de status. A alquimia, que até agora privilegiava o uso de substâncias naturais, animais e vegetais através da enfleurage, destilação  e espremedura, deu lugar à química dos produtos odoríferos de síntese, o que abriu os horizontes da perfumaria, introduzindo uma combinação de aromas possíveis quase infinita. Este foi o terceiro marco histórico do perfume, que não contente apenas com o olfato, apelou também ao demais sentidos, até ao olhar, com a crescente importância dos frascos e da apresentação visual do perfume.

  • Séculos XX e XXI
Atualmente, a indústria dos perfumes continua crescendo, com mais de 30 mil fragrâncias conceituadas no mercado. Assinados por estilistas, atores e estrelas do rock, o perfume tornou-se um acessório indispensável para homens e mulheres e, hoje, é acessível a qualquer pessoa e é um dos presentes mais oferecidos em todo mundo. As técnicas de produção, matérias-primas utilizadas e formas de apresentação e divulgação mudaram muito com o tempo, mas uma coisa ainda permanece, a aura de mistério e o romance em torno de cada novo perfume lançado.

Este foi nosso primeiro capítulo da série "Mundo de Perfumes". No próximo capítulo iremos começar a apresentar as famílias olfativas.
Deixem seus comentários.

Beijos,
Mari

Fontes: http://www.jorgeroriz.com/historias-e-curiosidades-sobre-perfumes/
             http://perfumeperfeito.com/artigos/historia-perfume

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