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Olé meus mimos! Primeiro post da nossa série "Mundo de Perfumes". Vamos contar um pouco da história desse cosmético.
A palavra perfume deriva do latim "per fumum" que significa "através do fumo". Esta é uma clara alusão a forma como as primeiras fragrâncias aromáticas eram obtidas. A arte de desenvolver aromas irresistíveis existe há milhares de anos e nos remonta à pré-história.
Após descobrir o fogo, o homem primitivo logo aprendeu a queimar madeiras, resinas e ervas que liberavam aromas agradáveis. Tudo aquilo que era considerado agradável era utilizado como oferenda aos deuses, e isso aconteceu também com estes aromas. Essa prática foi adotada pelos egípcios que, através de rituais específicos, queimavam substâncias aromáticas diferentes a horas distintas do dias. O perfume teve importante papel nos rituais religiosos até o século XVI a. C. A partir disso, os perfumes foram utilizados de duas formas: queimados na forma de incenso ou aplicados no corpo através de bálsamos e óleos perfumados com intuitos médicos, mas também como cosméticos, aos quais as mulheres egípcias começaram a recorrer com frequência, utilizando-os como armas de sedução.
Os egípcios começaram a utilizar seus vastos conhecimentos na área para criar os óleos necessários para embalsamar os seus mortos, prática que dominaram como nenhuma outra cultura. Da contribuição egípcia para a história do perfume restaram apenas alguns dos primeiros frascos de perfume em vidro.
Saindo do Egito Antigo, as fragrâncias perfumadas se espalharam pelo mundo. Na Índia, depois da utilização para fins religiosos, tornaram-se um dos maiores prazeres das mulheres indianas, que passavam horas em submersas em banhos perfumados ou a untarem o corpo com óleos. Na China e no Japão os perfumes não eram aplicados diretamente no corpo, mas eram utilizados para pulverizar kimonos ou usados num saquinho ao pescoço.
Na Grécia o perfume vive um dos seus 3 marcos importantes de sua história. Os gregos aperfeiçoaram a técnica dos egípcios ao juntarem óleos perfumados com flores às especiarias, bálsamos e gomas. Na realidade, introduziram a técnica de maceração, que implicava na imersão de substâncias orgânicas em óleos quentes, nesse caso eles utilizavam principalmente rosas, lírios e violetas.
Os heróis gregos falecidos em combate eram homenageados com a queima de perfumes, e Hipócrates utilizou os perfumes em sua prática medicinal.
Roma era o centro de todos os luxos e excessos, dessa forma, não fica impossível imaginar o sucesso do perfume quando lá chegou. Os romanos o usavam desde a pulverização nas solas de suas sandálias e as cabeças dos convidados de qualquer banquete, às soleiras das portas e bandeiras militares para trazer sorte. A vida romana era afogada em perfumes.
Os romanos destacaram-se pela forma como desenvolveram e melhoraram a arte de confeccionar perfumes, juntando as técnicas de maceração e de enfleurage (saturação de uma gordura através de pétalas perfumadas). Entretanto, com as invasões bárbaras, a queda do Império Romano e os tempos que se seguiram, fizeram esquecer depressa o sumptuoso perfume.
Especialistas em especiarias e pós odoríferos, os árabes tem papel principal no segundo marco mais importante da história do perfume: a invenção do método de destilação e dos instrumentos utilizados para fazê-lo - a serpentina e o alambique. A experimentação e posterior utilização do álcool como base de todo o perfume, tal qual como conhecemos hoje, começou ali. Mas os árabes não pararam nisso,inventaram ainda a purificação de gomas e resinas com recurso de água destilada da chuva.
- Idade Média e Renascimento
Durante a Idade Média o gosto do povo europeu pelo perfume é inegável. No Renascimento, além de ser utilizado em vários tratamentos terapêuticos e medicinais, o perfume ganha um novo status ao ser aplicado em colarinhos perfumados, rosários e "almofadas" aromáticas, estas últias para trazer ao pescoço ou em forma de pulseira.
Os italianos, espanhóis e franceses encarregaram-se de divulgar esta preciosidade fragrante ao restante da Europa. Nos séculos XVI e XVII os perfumes fortes substituíram, literalmente, a higiene pessoal. Nessa época, "estar limpo" não significava tomar banho e lavar os cabelos, ms sim perfumar todo o corpo (cabelo e hálito inclusos), com pós, pomadas, óleos e águas aromáticas. Tudo passou a ser perfumado no cotidiano, desde cartas e almofadas, a perucas, leques e objetos religiosos. A famosa "água de Hungria", talvez o primeiro perfume pessoal, concebido em 1730 à base de rosa, hortelã, erva-cidreira, limão, alecrim e flor de laranjeira, liderou o mercado da perfumaria a partir desta época por séculos.
Com o lançamento das luvas perfumadas na França, no século XVII, os franceses tomaram-lhe o gosto e a indústria da perfumaria estabeleceu-se rapidamente. Os produtores de perfumes ficaram ainda conhecidos por criarem venenos disfarçados de perfumes, um dos quais matou uma duquesa francesa que morreu após calçar um par de luvas perfumadas, que permitiu a infiltração do veneno em sua pele. A corte de Luís XV foi até batizada de "corte perfumada" devido à quantidade de perfume que era pulverizado nas roupas, leques e mobília do palácio.
O século XVIII trouxe perfumes mais doces e suaves, lançou grandes nomes da perfumaria mundial (Fargeon, Lubin, Houbigant), introduziu a primeira água de colônia e uma variedade de frascos que apelavam tanto quanto os perfumes que continham. Nem a Revolução Francesa travou o gosto pela perfumaria, tendo existido, inclusive, o "Parfum a la Guillotine". Os perfumes masculinos e femininos passaram a ser diferenciados a partir das preferências de Napoleão e Josefina. Ele preferia jasmin e apenas tolerava água de colônia, ela preferia fragrâncias intensas, à base de almíscar (tanto que 60 anos após sua morte ainda sentia-se cheiro de perfume em seu boudoir).
Com a virada do século, a perfumaria também mudou. Às casa de perfumes francesas juntaram-se às inglesas, entre muitas outras, e utilizar perfumes desta e daquela casa tornou-se símbolo de status. A alquimia, que até agora privilegiava o uso de substâncias naturais, animais e vegetais através da enfleurage, destilação e espremedura, deu lugar à química dos produtos odoríferos de síntese, o que abriu os horizontes da perfumaria, introduzindo uma combinação de aromas possíveis quase infinita. Este foi o terceiro marco histórico do perfume, que não contente apenas com o olfato, apelou também ao demais sentidos, até ao olhar, com a crescente importância dos frascos e da apresentação visual do perfume.
Atualmente, a indústria dos perfumes continua crescendo, com mais de 30 mil fragrâncias conceituadas no mercado. Assinados por estilistas, atores e estrelas do rock, o perfume tornou-se um acessório indispensável para homens e mulheres e, hoje, é acessível a qualquer pessoa e é um dos presentes mais oferecidos em todo mundo. As técnicas de produção, matérias-primas utilizadas e formas de apresentação e divulgação mudaram muito com o tempo, mas uma coisa ainda permanece, a aura de mistério e o romance em torno de cada novo perfume lançado.
Este foi nosso primeiro capítulo da série "Mundo de Perfumes". No próximo capítulo iremos começar a apresentar as famílias olfativas.
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Beijos,
Mari
Fontes: http://www.jorgeroriz.com/historias-e-curiosidades-sobre-perfumes/
http://perfumeperfeito.com/artigos/historia-perfume
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